terça-feira, 11 de março de 2014

Barbárie à vista.


     Ameaças e intimidações, terrorismo e “cala bocas”, em anonimato direto ou indireto, através de terceiros ou não, por força de lei ou não, são as armas de todos os que não possuem argumentos ou se quer imaginação para defender com honra e decência as suas posições em qualquer que seja o contexto, são as armas preferidas, únicas por sinal, da ignorância plena, irrestrita e confessa.
     O uso destas armas é uma confissão completa de despreparo, de falta de civilidade e de desrespeito à lei vigente neste país; é também, um claro desrespeito à liberdade em todos os sentidos além de prova incontesta de libertinagem e não, de liberdade.
   A liberdade custa caro, implica em obrigações e respeito ao direito alheio, ela só pode existir se devidamente assentada na lei e na moral, ela não sobrevive se não houver Ordem e não tem futuro se não houver Progresso.
     Os direitos do cidadão e do homem não é Verde, Amarelo, Branco ou Negro é um arco iris sem extremos esmaecidos e a justiça existe exatamente para que todas estas cores brilhem sempre que for necessário, não existe direito sem o cumprimento de obrigações, ambos formam uma parelha indivisível, inseparável, inalienável, incondicional.
    O comunismo está fundamentado nas desigualdades físicas e sociais, contraditoriamente, tem como objetivo a igualdade de todos e por todo o planeta, mas enfim, o que vem a ser a igualdade?
Eugene Delacroix's Liberty Leading the People
     Para responder a esta pergunta voltei-me para a minha biblioteca, tomei o texto de um discurso escrito em 1920, lido pelo professor Reinaldo Porchat na faculdade de Direito do Largo São Francisco cuja atualidade é sem dúvida impressionante e transcrevi a resposta almejada na sequência:
     “… A parte da natureza varia ao infinito. Não há, no universo, duas coisas iguais. Muitas se parecem umas às outras. Mas todas entre si diversificam. Os ramos de uma só árvore, as folhas da mesma planta, os traços da polpa de um dedo humano, as gotas do mesmo fluido, os argueiros do mesmo pó, as raias do espectro de um só raio solar ou estelar. Tudo assim, desde os astros, no céu, até os micróbios no sangue, desde as nebulosas nos espaço, até aos aljôfares do rocio na relva dos prados.
     A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade. O mais são desvarios da inveja, do orgulho, ou da loucura. Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real. Os apetites humanos conceberam inverter a norma universal da criação, pretendendo, não dar a cada um, na razão do que vale, mas atribuir o mesmo a todos, como se todos se equivalessem.
     Esta blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civilização e a humanidade, é a filosofia da miséria, proclamada em nome dos direitos do trabalho; e, executada, não faria senão inaugurar, em vez da supremacia do trabalho, a organização da miséria.
     Mas, se a sociedade não pode igualar os que a natureza criou desiguais, cada um, nos limites da sua energia moral, pode reagir sobre as desigualdades nativas, pela educação, atividade e perseverança. Tal a missão do trabalho.
     Os portentos, de que esta força é capaz, ninguém os calcula. Suas vitórias na reconstituição da criatura mal dotada só se comparam às da oração....”
     Oração aos Moços - Ruy Barbosa de Oliveira (1849 – 1923), Jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, professor, tradutor e orador brasileiro.
     Este discurso deveria ser leitura obrigatória em todos os níveis escolares deste meu Brasil
    Um dia, se a sociedade de uma vez por todas execrar de si mesma estes Vândalos dos direitos e deveres humanos, estes Átilas da moral e da ordem, estes “Tranca Ruas” do progresso e do futuro da humanidade, nós realmente seremos cultos, livres e iguais à vista de todos os homens e de Deus.

     “O Brasil é vivo, Deus salve o Brasil!”

São Paulo, 11 de Março de 2014
Mkmouse


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